O Cigarro Na Adolescência
“O tabagismo é reconhecido pela OMS como uma doença pediátrica, pois começa ainda nos verdes anos da puberdade, prolongando-se em 90% dos casos ao período da adolescência”, conta o diretor do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo da UFRJ Alberto Araújo. Como provam os estudos, “em poucos anos, o jovem passa do consumo esporádico a um consumidor habitual, com a tolerância e a progressão para a dependência, o que leva o adolescente a saltar de seis cigarros para um maço por dia, quando inicia a vida adulta”, explica.
O Acesso do Jovem ao Cigarro nos dias de Hoje
Uma das maneiras de introduzir o cigarro na vida de uma criança ou adolescente é a publicidade. A quantidade de vezes que uma criança vê a propaganda de um cigarro, um produto à venda ou mesmo a imagem do fumo atrelada a bons costumes e vida farta é imensa.
O adolescente, inconscientemente, associa o nome à sensação de liberdade, prazer, rebeldia, juventude e vida (exatamente o que cigarro toma ao longo do tempo). Algumas propagandas de cigarro chegam até a vir com slogans como “Seja livre para escolher” ou “Fume com moderação”, entre outras frases curiosas. O engraçado é que o fumante não é livre, é um dependente, ele não faz escolhas, só segue um padrão fisiológico – o que também invalida a palavra moderação na caixa do cigarro.
Mais de 90% dos fumantes adultos começam antes dos 18, em média entre os 11 e 13 anos. Por isso, a OMS já declarou temer pela morte de 750 milhões de adolescentes. Só no Brasil, 30 mil crianças são fumantes habituais entre 5 e 10 anos de idade.
“Como não há conscientização adequada, a curiosidade e a imitação de atitudes fazem com que meninas e meninos resolvam experimentar a droga. Dado o seu poder escravizante (viciante), o movimento que parte da experimentação fugaz para o uso regular é imperceptível. Entretanto, mesmo para jovens recém-tornados dependentes, a saída do processo não é tão simples quanto foi a sua entrada nele”Como transformar crianças em multiplicadoras dos males do cigarro? Informação e conscientização. “Os jovens não têm que ser alertados para o problema, eles têm que ser seduzidos a participar de sua solução. A energia desta juventude linda que está por aí pode e deve ser canalizada para contribuir para o movimento mundial de banimento do fumo do planeta”, conclui Milagres.
E você o que pensa sobre isso?